terça-feira, 24 de abril de 2007

O fim do telejornalismo público



Nos últimos meses, a TV Cultura divulgou que faria uma série de demissões em seu departamento de jornalismo. Com isso, o setor da emissora que já era precário vai ficar ainda mais frágil. Isto é uma evidência do enfraquecimento do jornalismo público na nação. Por ser uma emissora estatal, espera-se que a programação jornalística da TV Cultura tenda a servir o povo diretamente. Com isso, o cidadão vai deixar de ter a informação trazida para si de modo teoricamente isento de interesses particulares.

Até mesmo o ombudsman da TV Cultura Osvaldo Martins defende o final do setor na emissora. Segundo ele, o jornalismo feito é fraco e é um simples gasto de dinheiro público. O canal não teria meios de fazer uma cobertura diária e dinâmica. Isto é lamentável, pois seria um ótimo meio da população ter acesso a uma informação isenta, já que é uma emissora estatal e não corresponde ao interesse de investidores, mas sim do povo.

Nos Estados Unidos, a partir do final dos anos 1980, o magnata australiano Rupert Murdoch começou a adquirir uma série de jornais e emissoras de televisão, usando o grande capital de seu império na sua terra natal. O ápice de seus investimentos foi a compra da Fox Network, e a partir dela criou o canal Fox News . Desde então, a área de emissoras all news teve a sua liderança passada da CNN para o canal de Murdoch. A Fox News é hoje um dos principais meios de transmissão da Guerra do Iraque e da Doutrina Bush. Isto ocorre em parte porque colaboram com os interesses econômicos do dono do conglomerado de comunicações.

Desta maneira, a emissora que se tornou a líder em transmissão jornalística 24 horas por dia leva ao lar de milhões de cidadãos americanos uma informação tendenciosa de acordo com os interesses do proprietário da empresa. Este é um fenômeno crescente no mundo. Cada vez mais a produção jornalística está ligada aos negócios das grandes corporações. No Brasil o caso mais clássico é o da relação entre a TV Globo e o ex-presidente Fernando Collor de Mello. A cobertura feita, que colaborou na eleição do político, foi feita de modo a ser conveniente com o que desejava o então dono da Globo, Roberto Marinho.

Infelizmente, isto faz parte do mundo hoje. Tudo virou mercadoria, inclusive o jornalismo. As informações trazidas nos meios de comunicação são quase todas vindas de agências de notícias, o que intensifica a pasteurização dos fatos. Uma solução possível para este problema é o uso da internet, que teoricamente é democrático e permite que qualquer um possa expressar o que pensa. Enquanto isso, o telejornalismo vai perder o seu único canal público. Quem sai prejudicado é o povo que perde seu espaço na televisão.

terça-feira, 17 de abril de 2007

Fordismo jornalístico

Estudamos em jornalismo técnicas e mais técnicas. Exigem uma ampla cultura nossa, contudo somente nos ensinam a sermos máquinas de escrever, vivemos na era do “fordismo jornalístico” em que todos os textos são iguais e da mesma cor... pretos.

Textos foram feitos para ser lidos, ouvidos, sentidos, enfim para serem únicos, para serem arte. Não caros leitores, não devemos fazer do jornal um grande poema sobre o cotidiano, porém devemos levar a notícia com unicidade, com clareza, com sons que agradam nossos ouvidos.

As notícias podem muito bem ser sonoras, mas no bom sentido... quando leio alguns textos em jornal sinto como se fossem martelos batendo em superfícies metálicas, é um barulho ensurdecedor que faz com que eu tenha vontade de fechar o jornal para diminuir o barulho. Melhor seria abrir os jornais e ouvir uma música com harmonia e ritmo, mesmo que tenhamos que ouvir muito mais melodias em tom menor do que maior, entretanto ainda seria uma música harmônica, um texto harmônico.

Bem, quem sou eu para mudar alguma coisa, porém se pudesse eu apenas acrescentaria uma coisa no currículo das faculdades de comunicação, o estudo de teoria musical e poesia, para assim podermos acordar de manhã e ter vontade de ler um jornal, pois se a vida é uma constante tragédia, então que seja uma boa tragédia, com personagens, músicas, cores, catarse e platéia.

segunda-feira, 16 de abril de 2007

A Copa no país do penta










Em 1950, o país sediou o maior evento de futebol no planeta. A Copa do Mundo. O torneio foi bem realizado, sem grandes problemas, mas com memórias amargas para os brasileiros, já que a seleção canarinho perdeu a final para o Uruguai em pleno Maracanã. Desde então, muita bola rolou. O Brasil se tornou pentacampeão mundial, sempre jogando a Copa em outros países. Agora, o presidente da FIFA Joseph Blatter acena com a intenção de realizar o evento em 2014 na América do Sul, fato que não acontece desde 1978 na Argentina. O principal candidato e provável vencedor seria o Brasil.

Quando o assunto é a realização de uma Copa no Mundo no país, costumo ouvir muitas opiniões diferentes. Quando a pessoa é contra, porém, dois argumentos são mais constantes. O primeiro é de que o dinheiro a ser investido no evento seria mais bem aproveitado caso fosse destinado à saúde, à educação, à criação de empregos, enfim, aos grandes problemas do Brasil. Porém pergunto ao leitor. Se essa quantia não for usada na Copa do Mundo, por acaso será aplicado nestas áreas?

Nós sabemos que não. Afinal, se sim, porque já não é feito agora? O Brasil é um país mal-administrado e com um planejamento fraco, todos sabemos disso. Qualquer dinheiro que surge já é desviado (sinônimo bonitinho para “roubado”) por algum político bandido.

Isso me leva ao segundo argumento recorrente. “Ah, o Brasil não tem condições de abrigar uma Copa. Não tem infra-estrutura, não tem segurança, não tem os estádios pra isso.” Eu concordo. O Brasil realmente não tem isso hoje. E alguém está satisfeito com isso? Porque eu não estou. Se não temos infra-estrutura, vamos construir! Imaginem ter a condição de pegar um metrô em São Paulo com a capacidade de chegar em qualquer lugar da cidade. Ou melhores aeroportos no país.

Nós não temos segurança? Pois eu tenho certeza de que ninguém está satisfeito com isso. Vamos melhorar policiamento e outras condições básicas para que os turistas possam andar nas cidades sem serem assaltados. No Rio de Janeiro um estrangeiro mal pode sair do aeroporto sem ser seguido. Para um país turístico isto é péssimo. Nossos estádios estão em má condição? Vamos reformá-los! Aqui no Brasil eles não ficarão abandonados, futebol sempre atrai boas torcidas. Ainda mais se houver esta infra-estrutura.

E isto vale para qualquer questão apresentada. É muito fácil simplesmente cruzarmos os braços e dizermos “não dá pra fazer”. Se o país não está nos agradando, vamos mudá-lo, consertá-lo! Tudo isto com a supervisão e o apoio internacional, já que ninguém confia nos dirigentes tanto do governo quanto do futebol nacional. Se a realização de uma Copa do Mundo é a desculpa para estas mudanças que vão alterar para sempre nosso modo de vida, que seja. Não acredito que exista razão melhor. Afinal... Se não pudermos viver decentemente... Pra quê continuar brincando de montar uma sociedade brasileira?

Allan, oooooooo editoooooor!

Separar o joio do trigo. Ah, é um velho clichê, eu sei... mas define bem o que é a edição.

A ilha de edição com aparelhos analógicos me trouxe boas lembranças da edição que realizo para os trabalhos de rádio, tudo feito no computador. Trabalhar com fitas, quatro monitores e aparelhos imensos é divertido, mas presumo que usar programas de informática avançados deve ser bem mais fácil.

Ah, o que importa a comodidade? Eu não estava lá para isso. Hora de ver o que fizemos de bom. Um "povo fala" sobre mentira em relacionamentos. A primeira entrevista, lembro bem, o Fábio ainda não estava acostumado com a idéia de ficar fazendo perguntas às pessoas. Começamos com um amigo. Ficou puro joio, mas serviu para pegarmos o jeito e apenas evoluímos após isso.

Lembro bem dessa entrevista com o motoboy... Ficou excelente, vai para o começo da matéria!

“- Você já mentiu em um relacionamento?

- Sempre! Senão não tem graça!”

Sensacional! Trigo puro!

Entrevistamos um testemunha de Jeová. Neste momento pude praticar um pouco do poder do editor. O homem falou seu discurso religioso, sobre como satanás aplaude a mentira, mas pus no corte final uma fala extremamente sóbria sobre como a falsidade mexe com os sentimentos das pessoas. Ele poderia ter sido representado como alguém que apenas repete o que leu na bíblia, mas ficou como alguém esclarecido. Poder!

Para terminar a matéria, um trigo que no momento em que gravamos já percebi que seria bom. Uma mulher que disse estar mentindo na hora da entrevista, pois estava passeando na Avenida Paulista enquanto deveria estar num vôo para o Mato Grosso. Falsidade ao vivo, espetacular.

Reportando

É, pra quem disse na segunda aula de Telejornalismo que nunca iria trabalhar com televisão, e logo no primeiro trabalho dá de cara com a função de repórter, até que me saí bem. Foi bacana. Nas primeiras entrevistas a pergunta lutou para sair, mas não resistiu à batalha contra a inibição e em pouco tempo já estava saindo naturalmente.

Alguns problemas apareceram, mas nada que não pudesse ser superado. O primeiro deles? Bom... não ter perguntas novas na ponta da língua, por exemplo. Algumas respostas inesperadas dos entrevistados complicaram um pouco o repórter.

- Você já mentiu num relacionamento?

- Não.

- (...) Não mesmo?

- Não, não.

- Ah, vai, pode falar a verdade.

- Mas é verdade.

- Bom... então tá. E você acha isso uma coisa normal?

Pura enrolação, só pra dar um tempo de pensar em alguma outra pergunta (mais relevante). Tudo bem que nem assim funcionou, porque na hora não vinha nada na cabeça... Mas é isso aí. Com o tempo as perguntas foram aparecendo e as entrevistas foram ficando mais informativas.

Bom, por enquanto é isso!

Até mais!

O Pauteiro

por Zé Renato

A pauta é o que norteia a matéria que será feita pelo jornalista. Funciona como um resumo para o repórter fazer a matéria sem fugir muito do assunto. Claro, ela não “engessada” o jornalista pode muito bem mudar de foco desde que ache mais interessante. Em nosso caso não foi necessário mudanças então falemos do assunto.

A pauta escolhida foi sobre mentiras no relacionamento e quando ela deixar de ser algo “conveniente” e se torna uma traição.

A sugestão de pauta, feita por mim José Renato, surgiu quando estava assistindo um filme chamado “Os Infiltrados”. Leonardo Di Caprio, que agora não lembro o nome do personagem, pergunta para sua psicóloga se ela mente, após relutar um pouco ela responde que sim porque muitas vezes é melhor mentir para o paciente, com o intuito de trazer a melhora sem que este tenha que enfrentar a realidade.

Daí surgiu questão de até quando podemos mentir, será que é realmente necessário a faltar com a verdade em um relacionamento?

Apesar das dúvidas de meus amigos a pauta não surgiu de um problema pessoal, porém, são questionamentos que envolvem qualquer namoro.


Aqui vai a pauta original:


Mentimos algumas vezes para evitar ferir os sentimentos de pessoas que amamos, mas até que ponto não dizer a verdade ajuda a manter as pessoas felizes? Esconder algo não é a mesma coisa que trair?

Perguntas:

1- Você alguma vez mentiu para não ferir o sentimento de alguém?

2- Em que ponto a mentira deixa de ser "um bem" feito para a pessoa e passa a ser traição?

Queria saber o que vcs acham hehe... Tentem responder até amanhã pq ai já crio um textinho em cima disso e mando pro Prof.


É isso, até mais!

Fazendo o meio-de-campo

O papel do produtor é deixar tudo pronto para que a matéria aconteça. Isso inclui marcar horários para gravação e edição, dialogar com o professor sobre a pauta e também dar um apoio na hora em que a matéria está sendo gravada!

Essa última foi a parte mais divertida. Depois de ter passado pela parte burocrática da produção, saí às ruas com o repórter Fábio e o editor Allan, que também esteve na Paulista acompanhando a gravação. Fiquei com a grande responsabilidade de angariar entrevistados, enquanto o Fábio ficava esperando com a pergunta já na ponta da língua.

O Allan me acompanhou nessa tarefa, e com a ajuda do cameraman, o experiente Alemão, começamos a traçar perfis de possíveis entrevistados. Por exemplo, de acordo com o Alemão nem adianta abordar orientais, já que são muito fechados e dificilmente aceitariam falar conosco.

Ao longo da manhã começamos a pegar certos macetes. Pessoas que passam na rua rindo querem ser entrevistadas. Quem passa se aproximando da câmera também. Para nossa sorte, conseguimos pegar personagens bem legais, e que renderam boas respostas. Claro que sempre tem aquele entrevistado burocrático, mas esse só entra se sobrar tempo na edição... hehe.

Enfim, ser produtor é uma tarefa assaz interessante! Creio que em um jornal nacional, de uma grande emissora, essa figura é mais do que fundamental para que tudo corra bem. Afinal, é ele quem trabalha nos bastidores, faz o meio-de-campo e deixa a bola prontinha para o repórter arrematar! Desculpem o trocadilho infame!

Este é o noso brilhante logo! É necessário postá-lo para que possa aparecer lá em cima.

domingo, 15 de abril de 2007

Primeiro Post

Testando. A. A. Som. Som.