terça-feira, 29 de maio de 2007

Virada Virtual

Introdução:
No último dia 6 de maio, a violência tomou conta da Praça da Sé. Uma das principais atrações da Virada Cultural, evento realizado anualmente em São Paulo, acabou sendo pivô do maior problema da noite. O grupo de rap Racionais Mc´s se apresentaria no palco montado na Sé por volta das 3 da manhã, segundo a programação oficial. Porém, o grupo só tocou sua primeira música às 4:30. Tamanho atraso causou revolta, e “fãs” ensandecidos começaram a atacar policiais militares com pedras e garrafas, além de depredar bancas de jornal e saquear algumas lojas do centro.

A Tropa de Choque respondeu os ataques com tiros de balas de borracha e bombas de efeito moral. O vocalista do grupo, Mano Brown, ainda tentou conter os ânimos, mas vendo o grande tumulto que se formava resolveu se retirar do palco com pouco menos de meia hora de show. A cobertura dos acontecimentos foi ampla, por se tratar de um evento que ocorre uma vez no ano e contar com artistas importantes no cenário cultural. Porém, tudo isso ficou em segundo plano com o caos da praça da Sé.

Internet como produtora de informação
O evento, assim como as agressões, ocorreu em plena madrugada. Desta maneira, os jornais impressos não tiveram a capacidade de realizar a cobertura atualizada. Quem pegou seu jornal na manhã do domingo não tinha noção do que havia ocorrido. Desta maneira, a imprensa online saiu na frente. As informações da noite só puderam ser encontradas em sites e portais. Quem havia voltado para casa após a Virada Cultural tinha como principal fonte de notícias a internet.
Os portais saíram na frente, pois contavam com vantagens em relação aos impressos. O tempo em que ocorreu o acontecimento foi posterior ao fechamento dos jornais, logo os sites, que realizam cobertura 24 horas, puderam realizar uma análise minuto a minuto. O quebra-quebra foi uma surpresa para todos, desta maneira, quem fazia um acompanhamento simultâneo aos fatos pôde divulgar o que ocorria com maior facilidade.

Para um tumulto na Praça da Sé, local de grande impacto por ser o marco zero da cidade de São Paulo, uma cobertura atualizada se faz fundamental. Os tumultos do show dos Racionais Mc´s foram um exemplo de como a mídia virtual está se sobressaindo em relação à impressa.

Descentralização
Na questão da descentralização da informação a internet é imbatível. O assunto que foi foco de comentários principalmente para o público de São Paulo permeou os blogs e fóruns musicais da semana subseqüente, entretanto esses locais não prezam pela notícia em si, mas sim pela analise do ocorrido e as possíveis causas da confusão.

Apesar de não trabalharem com a exatidão e muito menos com a apuração real dos fatos, os meios de informação independentes ajudaram a outras pessoas terem uma noção global do incidente e ter uma avaliação dos acontecimentos com poucas horas ou poucos dias depois. Um exemplo de blog que não é ligado à grandes mídias, porém deu sua opinião, é o maroto-job, que em 8 de maio, dois dias após a pancadaria na Praça da Sé, relatou seu ponto de vista sobre as origens do tumulto.O YouTube também foi utilizado e conseguiu transmitir vídeos do confronto antes mesmo que a televisão noticiasse. Para se ter uma idéia, há imagens no site datadas do dia 6 de maio, ou seja, mesmo dia em que ocorreu a virada cultural.

Recursos Multimídia
Na cobertura do tumulto, os grandes portais da internet brasileira utilizaram majoritariamente imagens e vídeos, captadas tanto pelos profissionais da imprensa que cobriam o evento quanto pelo próprio público presente no local – que tirou fotos e filmou através de telefones celulares ou câmeras amadoras. Além disso, as câmeras de segurança dispostas ao redor da praça da Sé e no metrô também gravaram imagens, cedidas posteriormente para divulgação. O portal G1, por exemplo, publicou estas imagens, e a Folha Online colocou no site um link para uma página do YouTube em que há vários vídeos da confusão. Mais ainda, para facilitar a visualização das fotos, alguns portais fizeram páginas exclusivas com galeria de imagens tiradas durante a confusão, caso do Estadão.

Conclusão
De modo geral, os portais brasileiros souberam lidar bem com a confusão ocorrida na praça da Sé, mostrando-se úteis para informar ao público e, principalmente, cumprindo bem essa função. Além disso, também souberam aproveitar as informações e imagens obtidas com as pessoas que estavam no local, não se prendendo apenas às agências de notícias e aos próprios profissionais.

Links para análise

http://maroto-job.blogspot.com/

http://br.answers.yahoo.com/question/index?qid=20070507101827AAFurL5

http://fantastico.globo.com/Jornalismo/Fantastico/0,,7041,00.html

http://www.pedroalexandresanches.blogspot.com/

http://www.cidadedesaopaulo.blog.br/?cat=10

http://www.digestivocultural.com/blog/default.asp?codigo=1367

http://www.midiamax.com/view.php?mat_id=275991

http://g1.globo.com/Noticias/SaoPaulo/0,,MUL32412-5605-7655,00.html

http://www.estadao.com.br/ultimas/cidades/noticias/2007/mai/10/354.htm

http://www.estadao.com.br/ext/especial/extraonline/galerias/cidades/2007/05/06/08133000/

http://g1.globo.com/Noticias/SaoPaulo/0,,MUL32412-5605-7655,00.html

http://www1.folha.uol.com.br/folha/informatica/ult124u22042.shtml

Mil vezes o cara

Maracanã. Flamengo, Botafogo ou Fluminense. Goleiro de Seleção no time adversário. Nada disso estava presente na noite de 20 de maio de 2007. Nesse dia, um aparentemente insosso Vasco e Sport pela segunda rodada do Brasileirão reservava um momento que o futebol brasileiro havia visto apenas uma vez, há quase quarenta anos.

No gramado de São Januário, que um dia já foi o maior estádio do Brasil, Romário entrava com uma expectativa que já durava pouco mais de um mês, desde a eliminação do Vasco da Taça Guanabara. A ocasião não era bem como ele imaginava. Apesar do incentivo da massa cruzmaltina, talvez não fosse a mesma coisa de um Maracanã lotado, mesmo palco do milésimo de Pelé. E o adversário? Um tradicional time do Recife, recém-promovido à primeira divisão, mas que não é exatamente o adversário dos sonhos numa hora tão singular como essa. O Goleiro? Um tal de Magrão, que já rodou pelo interior de São Paulo e o Nordeste até chegar ao Sport.

O Baixinho pode até ter pensado nisso durante o jogo. Mas só até os dois minutos do segundo tempo. Pouco mais de sete da noite do domingo, e São Januário estava prestes a acompanhar a história sendo escrita ao vivo. Ali, Romário recebeu uma mãozinha divina. De um enviado do cara lá de cima, aquele mesmo que apontou e disse que o Baixinho era o cara. Dessa vez Deus apontou para o zagueiro Durval e disse algo do tipo “Ajuda o cara”.

Pênalti. Ainda bem, porque assim todos poderiam se ajeitar melhor, levantar das cadeiras (ou do cimento, no caso das arquibancadas) e fixar a visão na grande área. Romário ajeitou, exibiu uma tensão no rosto que nem na disputa dos pênaltis na Copa de 94 foi vista. Ouviu o apito. Ali, o silêncio em São Januário chegava a ser ensurdecedor. Romário correu. Chutou. E depois sumiu, em meio a uma multidão de repórteres e jogadores, estes abraçando o camisa 11.

O serviço estava feito. O último objetivo traçado pelo Baixinho foi cumprido. Os próximos meses são apenas para adicionar mais uns golzinhos na conta. Quem sabe mil e onze? Dois números simbólicos em uma marca só.

A noite de 20 de maio de 2007 não será apenas mais uma nas estatísticas dos almanaques do futebol, aqueles que apontariam somente o resultado de 3 a 1 para o Vasco e no máximo os autores dos gols. Aquela noite, assim como o protagonista, serão imortais.

E o melhor. O Vasco agora pode jogar mais leve, sem o assédio da mídia em cima do Baixinho. Afinal, vida que segue em São Januário. Acaba a festa, continua o campeonato, com mais de 30 rodadas pela frente...

terça-feira, 8 de maio de 2007

Porrada Cultural

Aconteceu no final de semana a já famosa "Virada Cultural", entretanto o que assistimos na Praça da Sé foi um show de pancadaria e principalmente de pancadaria completamente desnecessária. Para aqueles que estão por fora do assunto vamos contextualizar um pouco:

No domingo houve um show dos Racionais Mc's na Praça da Sé, durante o evento uma galera subiu emcima de uma banca de jornal e foram retirados pela policia de uma maneira, como podemos dizer... um pouco informal... com tiros de balas de borracha, porém não coloquemos a culpa somente na policia já que, houve uns "manos" que invadiram prédios nos arredores somente para ver o show, uns até picharam as paredes pedindo desculpas aos Racionais pelo vandalismo "necessário".

A virada cultural acabou virando uma "Porrada Cultural" havendo carros queimados e alguns comércios literalmente destruídos pelos vândalos.

Agora a pergunta... Será que os fãs de Racionais nunca prestaram atenção nas letras do grupo?
Pelo pouco que já ouvi os Mc's sempre estão falando de respeito e da vida difícil que todos, principalmente os jovens de periferia, ou seja, são "as vozes" que representam todo esse pessoal. Aí aqueles que eles defendem simplesmente estragam tudo?
Enfim, continuem colocando a culpa sempre na sociedade e na policia e nunca olhem para o que vocês mesmo estão causando. Clamam por direitos e diversão, mas simplesmente destroem tudo.